O texto de hoje vem de encontro à uma sensação estranha, causada por outra pessoa. E o foco é, pelo menos nesse caso, pensar "o que posso fazer a respeito?".
Quando é uma ação grave, nem adianta se fazer nada. Por outro lado, o silêncio também machuca, aniquila e o fato de trazer essa história aqui, considerando a privacidade em relação ao que aconteceu e às pessoas envolvidas serve como um desabafo. Certas coisas não deveriam, mas me causam muita indignação. E escrever sobre pelas me faz digerir um pouco sobre. Pois eu consigo ir digerindo só até um certo limite. Para algumas pessoas é só mais uma situação e para outras é a situação. Por isso agradeço ao fato de tratar as situações como eu as sinto. De maneira dramática para alguns, enérgica para outros, mas na medida certa para mim. Entendo que isso seja o que posso fazer de melhor - me expressar sobre isso, à minha maneira. Não é nem de longe o meu melhor texto, mas segue...
Você nunca terá a ideia
E nem sequer perderá tempo com isso
Para analisar
O quanto me desapontou
Na verdade, de você nada espero
Nada além de pior
Uma cartilha do horror
Que já sei de cor
Você foi tão fraco e previsível
Tão desrespeitoso e egoísta
Que achou que poderia agir sem deixar nem sequer uma pista.
Se as ações moldam o que é um ser humano
Não dá para considerá-lo um.
É mais um coitado, digno de pena.
Que prefiro adjetivar ao invés de avançar em você de repente.
Você foi autor de um movimento tão sujo.
Em um momento tão inesperadamente inapropriado.
Que me encheu imediatamente
De incredulidade e indignação.
Me atingiu como um golpe de machado.
A dor foi e é tamanha
Que me causa nojo de ficar perto de você.
Se houvesse outro mundo além desse
Fatalmente para lá eu partiria.
Você é o nome da minha dor, agonia e revolta.
Um sentimento ruim, que me deixa de esperanças vazias.
De que, ainda que evite generalizar
Me faz pensar
Me faz descrer na humanidade.
Confesso que ver a sua real face
Me surpreendeu
Pois o você real é bem distante do que eu imaginava.
Calculei errado e paguei dobrado.
Porque como não fui a vítima principal
Não tenho direito de soltar tudo o que me está aqui entalado.
Você foi acolhido para, na primeira oportunidade
Demonstrar sua gratidão e a real intenção de sua amizade.
Ou seja, lamentavelmente, você foi um covarde.
Imaturo a ponto de achar que faria o que fez e não causaria alarde.
Ficou barato demais para você no pagamento à vista.
Todo mundo passa a mão na cabeça e releva.
E que Deus lhe ensine, uma vez que pela idade
E pelo caráter, você talvez ainda não tenha aprendido
O que é certo ou errado.
E que não dá pra jogar a responsabilidade na bebida
E nem se manter em silêncio para não se assumir culpado.
Você foi fraco.
Mas um fraco que sabe muito bem o que faz.
Que, de idiota não tem um fio de cabelo sequer.
De agora em diante.
Vida que segue.
Eu tenho problemas mais sérios para resolver.
Um deles, é crer na bondade da humanidade.
Curar minhas feridas.
Voltar a regar o jardim da esperança
E quem quero cultivar ao meu redor
Privilegiando as minhas vontades.
Arrancando as ervas daninhas
Seus olhares, ações e suas falsidades nas entrelinhas.
Lido com a indignação em relação às vítimas que se calam.
Mas respeito, uma vez que cada um tem o seu jeito.
Mas luto pela minha autonomia
E sinto da maneira que eu quiser e entender.
Admiro aqueles que desenvolvem o perdão.
Lamento mas não sou assim.
Nessa situação não.
Mas passo longe de qualquer ação.
Isso não é problema meu.
Tenho muito a fazer
Preciso nutrir meu coração
E enxergar que no mundo
Existem pessoas que não são como você.
Ainda que esse silêncio político me incomode
Ainda que doa
E que eu sinta que essa dor não deva ser a toa.
Deus me dê foco em mim
Me ajude a ver o bom e a continuar fazendo o bem.
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