A Força de José Alencar


Eu já escrevi sobre ele por aqui. E é com prazer que volto a escrever.
A Luta do político mineiro contra o Câncer, a sua vontade de viver e a plenitude ao falar abertamente sobre a doença trouxeram uma projeção ainda maior ao seu nome. Durante sua luta, Alencar não hesitou em dividir todos os momentos com o povo brasileiro, mesmo quando chegou a ser desenganado pelos médicos após um tratamento que não surtiu efeitos, realizado nos Estados Unidos. Essa virada de mesa de Alencar é um exemplo de superação, e o que torna essa fato mais importante ainda, é porque parte de um político. E infelizmente, é raro ver exemplos bons partindo dos políticos. Não porque todos sejam ruins, mas sim, porque ainda há uma lacuna muito grande entre o lado humano dos mesmos e essa lacuna geralmente é preenchida pelas polêmicas, causando um estereótipo negativo da classe política.
Alencar, mineiramente falando, me agrada porque é franco nas palavras (quando critica abertamente a taxa básica de juros) e porque é mais humano e menos político. Fala, convence, não abusa da demagogia e nem da falácia dialética típica da classe política.
José Alencar disse hoje (18 de Março), no horário eleitoral de seu partido, que novos exames mostraram o sucesso na busca da cura e do controle do seu câncer. Só para recordar, há alguns meses, José Alencar tinha mais de 15 focos cancerígenos na área abdominal. Como ele bem diz, "se Deus quiser levá-lo, não precisa de câncer e, se Deus não quiser, não há câncer que o vá levar".
O vice-presidente tem 78 anos e, após mais de 15 anos e 15 cirurgias ainda está aí, sorrindo como sempre.

Parabéns Alencar, o humano, mineiro e vencedor Alencar.

Poesia Danielana - coletânea

Essa é uma das minhas preferidas, que eu colocaria fácil numa coletânea...

Eu às vezes preciso
remexer na minha casa do pensamento
é assim que me organizo
que arquivo cada momento
limpo a cozinha
lavo o chão
arrumo as cortinas
arrasto o fogão
E de vez em quando
quando me dá tempo
faço uma visita ao porão
frio
escuro
vazio
um lugar sem cor
cercado por um úmido muro
onde tudo o que está arquivado
tem o nome e o selo da dor
de tudo o que machucou e foi enterrado
ali está o lado negro de tudo o que vivi
das flores mortas
às lagrimas que esqueci
das falas tortas
às situações pelas quais morri
das felicidades em vão
até as vezes em que me esparramei pelo chão
choro
desespero
a falta de soro
meu destempero
resultado
da revolta
da felicidade sem volta
dos pés a beira do abismo
e das vezes que na minha escolta
tive nada a não ser esse pessimismo
é um negro denso
que me assusta e me deixa tenso
Um negativismo
petrificado na dor
na cicatriz
no fim do amor
na fraqueza da raiz.
É hora de sair
sons, lembranças e mãos me pedem pra ficar
sou parte deles
e eles não querem me dividir.
Por muitas vezes
imaginei passar aqui minha vida
por não ter o que me iludir
sentir me diluir
em meio a essa enorme ferida
Passam-se os meses
e o porão continua ali
um mundo atrás da porta
um lamento sem fim
uma dor que não corta
um desespero em exclamação
sempre estão a minha espera
na porta do porão.

Dez 26 2004 - Daniel Rogero

Poesia Danielana - Perguntas

qual seu mundo?
qual seu objetivo?
o que queres lá no fundo
quando o seu eu é mais ativo
e mais profundo?
o que pensa e quer da vida?
busca a cura
ou a manutenção das feridas?
ou precisa da coragem
para não ficar dividida?
qual sua verdade mais pura
por dentro da carcaça mais dura?
qual sua felicidade
nunca antes tida?
qual o pensar
que te isola?
e te deixa aflita?
qual o perfume que mais gosta?
o prato que mais te sacia
quando a mesa está posta?
qual a pergunta que nunca farás a mim
qual a resposta
que nunca chegará ao fim
o que lhe abre
e sua felicidade facilita?
o que te fecha
e o que me habilita
a saber
a que horas vem o seu apagão?
e quando, depois de tudo isso
você vai poder me dar a mão