Mais uma Poesia Danielana

A poeira se acumula sobre os móveis
O ar circula pelos quartos vazios
A solidão ecoa
pelos cômodos vazios
Na casa que deixo
deixo sorrisos
lágrimas
indicios
de momentos em que não fui ninguém além de mim
Lástimas
De uma brisa que passou por mim
Deixo minha vida
Do modo apaixonado de viver
Da felicidade incontida
Que só essas paredes testemunharam
Das rezas, lamúrias e xingamentos
Que só elas escutaram
Quantas vezes as paredes brancas
não foram minha televisão
mostrando meu pensamento
na branquidez ou nao escuridão
do meu imaginário telão
Por quantas situações,
seu silêncio não me disse tudo
e em outras
em que meu pensamento alto
contracenava com seu monólogo mudo
Nessas paredes me fiz homem,
voltei a ser criança
chorei
sorri e me envolvi na dança
da acústica dos sons da solidão
do silêncio quase absoluto
quebrado pelo bater do coração
Hoje deixo aqui mais que um cômodo
Mas uma caixa de segredos
Em que vivi e escondi meus medos e desejos
Que vão ficar eternizados aqui
Sonhos e pavores
Icebergs e ardores
de tudo o que vivi

Poesia Danielana

provavelmente
uma força incoerente
um estalo intermitente
me faria enxergar seu olhar
que te cercaria
mostraria-me presente
e faria de tudo para a sua atenção chamar
provavelmente
se te visse entre um milhão
tenha quase certeza absoluta
que serias aquela
que fisgaria meu coração
me despertaria
uma necessidade surreal
de fazer pare do seu olhar
e da sua percepção
numa intenção
sem censura
numa velada
escalada
pelo seu olhar de volta
no olhar de desejo
que acompanha e que escolta
na vontade de um beijo
e no sonho
e em tudo mais que possa provocar
provavelmente
você seria a única mulher em cor
entre várias em preto e branco
a escolhida pelo meu olhar
pra me provocar ardor
e um sentimento franco
a mulher que me levaria para onde quisesse
pois tudo que fez foi me encantar
uma votade impulsiva de apenas me mostrar
dizer com olhares
oi estou aqui
e retribuir num sutil sorriso
ao menos um pouco
do quanto me encantares