Poesia

por mais uma vez
existe toda uma força
que não quer que eu levante
com a energia acumulada de um mês
ela vem radiante
com suas palavras queimam
com o combustível
da insensatez
mesmo assim
ardem
com sordidez
provocam a úlcera
e a acidez
e o que fica aqui é só dor
é só o que resta de mim
a palidez
de uma floresta derrubada
uma paisagem dizimada
que vira o carvão do pavor
o silêncio me carrega
mas desaba comigo
escorrega
pensa em se entregar de vez
afinal a língua é uma espada
que me fura e me pega
as palavras e seu poder
mudam a cor
doem pra moer
causam a mudez
de indignação
do questionamento da punição
e do que se fez
se as palavras são as lanças
as ofensas carregam o cheiro do sangue
e segue a dificuldade em caminhar
pois me sinto num mangue

Poesia Danielana

eu vou vencer
as dificuldades da enfermidade
que me toma
que me invade
eu vou perceber
que a indiferença
e a falta de felicidade
que os outros para comigo têm
são só parte do caminho
que corre pra que eu enfrente tudo sozinho
um misto de falta de experiência
com inocência
do qual eu jamais levarei como algo mal
mas até a pá começar a cavar
e o padre começar a rezar
há muito a agradecer
e também a se alegrar
há um mundo lindo
há muito pra me orgulhar
sou grato pelo que vivi
e pelo que ainda hei de enfrentar
sou grato pela chuva
pelo céu e pelo ar
pelos planetas
pelas portas e suas maçanetas
pelo amor
e porque não também pelas suas caras e caretas
os amigos
os risos extravasados
e até mesmo os choros contidos
Sou grato por tudo que Deus me deu
E por tudo que ele ainda há de me dar
Pois aqui, apesar de tudo
desde o primeiro momento
viver só foi para me encantar

Daniel sexta 7 março 2008