Pelo Menos, Cabeça Livre Agora

Essa é a grande virtude de você sentir na voz da pessoa quando ela nem mais lhe parece ser familiar. Quando você não sente um mínimo de emoção na voz da pessoa, quando chega à conclusão que de fato quase deu sua vida àquela pessoa em muitos momentos, você finalmente parece ter a paz de espírito que tanto procurava. 
Por tantos anos, eu dormia pedindo por mim e por uma pessoa que em meus braços parecia tão indefesa, tão necessitada de mim, como maior sentimento que já tivera. Ao ouvir a frieza e o desinteresse num telefonema na tarde de hoje, cheguei à conclusão que realmente nunca importei nada a pessoa para a qual ainda sonhava e queria ainda ter importância. Como me foi dito ao fone, "as coisas mudam". Acrescento que as coisas mudam mesmo, principalmente para quem não tem sentimento, e é fácil mudar, ainda mais quando a pessoa já tem outro sentimento por outra pessoa. No balanço de tudo, fico feliz pela pessoa, que vai seguir sua vida (como aliás vem fazendo há tempos) e vai continuar sendo motivo das minhas orações e principalmente feliz por mim. Agora, diante da confirmação de que duas pessoas não tem definitivamente o mesmo sentimento, posso seguir a minha vida e dar cada vez mais valor a quem realmente gosta de mim. Embora inútil para algumas, não sou inútil para algumas pessoas, ainda há algumas que gostam de mim, além da minha família rs. A sensação de tempo perdido não existe, pois pensar na pessoa que amava me fazia mais bem do que estar fisicamente com uma pessoa que não gosto na mesma intensidade. Mas "as coisas que mudam" me obrigam a ser diferente. Mas não vejo isso como uma obrigação penosa, pelo contrário. É como estar num escritório e tentar abrir uma porta fechada. Dá-se ré e tenta-se outro caminho. Me orgulho por ter tentado, buscado, dentro da minha vida atribulada e do meu jeito estabanado, trazer de volta um tempo mágico. Mas é complicado quando essa magia ou não existiu ou já acabou para outra pessoa. E daí que nasce meu alívio, o alívio de poder me permitir a quem demonstra gostar de mim sem eu sentir culpa por isso. Sempre disse uma frase, que não é de autoria minha, mas é verbo na minha vida, de que "se você gosta, vai até o inferno atrás da pessoa". Eu passei pelos dois opostos extremos, o inferno escaldante de tentar reconstruir um sentimento mesmo com brigas, mesmo machucado - e o frio de amar alguém sem sequer ter qualquer informação ou contato. E agora ao menos meu corpo pode sentir a temperatura dos trópicos e eu posso enfim estar de cabeça livre para ser importante para alguém, deixar que esse alguém seja importante pra mim e que essa importância possa me dar anjinhos importantes para mim e para quem estiver comigo. Se choro, é óbvio, mas agora a lágrima tem previsão para acabar, não é mais aquela sangria inexplicada, aquela tristeza sem nome por tentar pensar que tal pessoa pensasse em você na medida e no carinho em que você pensava nela. Levou muito tempo, mas talvez todo esse tempo seja para eu enxergar que o grande lucro de tudo isso é sair vivo. Doente sim, machucado também, mas agora com a esperança de que tudo vai se curar, de que o que é importa é para quem importo. E esse blog, pra minha felicidade, é um blog dos amores que tenho, amo escrever aqui e não importa quanto tempo levar sempre estarei aqui, seja para um, seja para um milhão. Amo escrever aqui e esse amor me recompensa integralmente.

Um imenso carinho a todos pelas demonstrações de amor aqui no blog! Como diz Léo Jaime, amor é princípio de tudo!