Elementos da Classe Universitária do País

Os universitários do país, classe da qual fiz parte e guardo grandes recordações, sofreram um duro golpe semana passada. Um golpe daqueles que causa vergonha em quem está e até mesmo em quem fez parte dessa. Um fato que aconteceu numa Universidade da capital paulista trouxe a tona um lado até então relevado dessa classe estudantil, da qual se espera no mínimo um pouco de educação e, porque não, cultura. A historia tem início quando uma aluna entra na sala de aula com um vestido inadequado para a ocasião. Sem entrar no mérito da questão, já que esse não é o tópico desse post, a aluna foi repreendida e teve solicitada sua retirada da sala. O caso chegou ao ponto em que a polícia acompanhou a moça , para que essa pudesse sair com segurança e que as aulas pudesse seguir.

Aí começa o lado escroto de um ser.


As imagens do youtube são claras e mostram várias pessoas insultando a aluna, que passa coberta por um jaleco entre o bando de xeretos e desocupados, ávidos para ter algo que contar no bar em que batem cartão constantemente, ávidos por um motivo para enforcar a aula. Ao ver as imagens e, repito, sem entrar no mérito da questão, insultar uma pessoa em público é no mínimo covarde. Sem contar que causa tamanha estranheza não só em mim, mas em diversos internautas que comentaram a matéria nos sites, o fato de homens hostilizando uma mulher, chamando-a de prostituta. Como se boa parte deles nunca tivesse, em suas santidades absolutas ou escondidas, se utilizado dos serviços de uma. Pensando bem, esse caso não revela a essência da classe universitária, mas sim o interior podre e moralista de cada um de nós. Um povo intrometido que se acha juiz de qualquer causa, mesmo as que não tenham nada a ver com ele. É por isso que por mais que o oba-oba da situação seja convidativo, a pergunta "o que eu tenho a ver com isso" deve ser feita antes de qualquer julgamento. Num círculo vicioso e usando da mesma maldade dos alunos que insultaram a estudante, eles mesmos agora são motivo de chacota, acusados de não terem muito apreço pelo sexo oposto. É certo que o estudo ajuda a formar os homens, mas nada os impede de propagarem os defeitos que ninguém precisa ensinar, como julgar, difamar. Já reparou como coisas assim, o sexo, sacanagens e melindres são coisas que o ser humano aprende rapidamente? A grande diferença é que os de boa índole não colocam em prática.

E mais, na universidade, se aprende a viver com tanto tipo de gente: raças, cores, crenças, cidades - que ver isso causa estranheza, ainda mais as margens de 2010. Horrível, horroroso.