Poesia Danielana (mais uma que saiu do forno)

O olhar do amor
é tão preciso
que você tem quase certeza
que ele é pra você.
É um olhar de clareza
direto
sem reviravoltas
pombos-correio
nem escoltas.
Te emvia um feixe laser
sem dizer ao que veio
direto
bem lá no meio
e no fundo do peito.
Assustadoramente objetivo
que despe até a alma.
Desconcertante
presente
constante
irritantemente vigilante,
é avassalador
inquietante
intimida até a paz interior.
Derruba as vigas
que sustentam o equilíbrio interno
o nosso cantinho de segurança
- o bunker secreto do qual tanto nos orgulhamos
em questão de segundos.
Nos leva a outros mundos.
Queima como um inferno
os pensamentos mais frios
move as estruturas
completa os vazios
preenche as fissuras
e as cicatrizes
dos machucados antigos.
Planta uma esperança
que cresce
feliz
invade nossos mistérios
permanece nos pensamentos
constrói seus impérios
se acomoda e cresce dentro de nós.
Invasivo
e agressivo
ele é recorrente
como se já tivesse a fórmula e o mapa da gente
o que nos deixa num estado permissivo
de mero espectador
de uma invasão perigosa
a qual de maneira condecentente
apenas observamos e gravamos
tudo que o coração sente
em meio a letargia
do amor