Verso de encomenda

Olá pessoal, tudo bem? Hoje quero apresentar um verso sobre os "rabos" de conversa que a gente acaba pescando por aí. No caso, uma pessoa relatando à outra o incômodo de ter sido acusada ou taxada (como queiram) de "donzela", por pedir mais carinho, mais afeto, mais atenção.
Primeiramente, estou totalmente fora do contexto da situação, mas acho que nomear alguém de alguma coisa já evidencia uma imensa falta de respeito com a outra pessoa. Sem contar que é algo infrutífero, ou seja, nada sai de bom quando uma pessoa define, ou neste caso, limita a pessoa ou a necessidade dela a um mero apelido. Sem contar que soa irônico, além de incorreto, afinal quem disse que uma donzela é assim conhecida, por ser cercada de amor e carinho? E isso dói, viu defensor(es) (as) do respeito entre os gêneros? E se dói no outro, não é legal, certo?

São as armas que as pessoas que não têm argumentos, ou simplesmente não querem dialogar, utilizam com os que querem e precisam. Agora, quem se utiliza desse modo de encerrar a conversa, dentro do alto de seu egoentrismo talvez não percebe que apaga mais um pouquinho da rara luz de sol que entra na janela de quem está se sentindo sem amor.

Porque a fala é, muitas vezes, um dos últimos recursos que a pessoa utiliza. Fala porque, por exemplo, aquilo já não cabe no peito de tanta dor, e expode pela indignação de que a pessoa ao lado não se dá conta que seu par está se desmanchando em tristeza, o que evidencia o egocentrismo da relação lá atrás.

Na minha opinião, e aqui me permitam um julgamento, pois não tem como opiniar sem ter uma linha de raciocínio e, focando apenas nesse tema, relacionamentos não deveriam ser cargos, mas ações. "Estar com alguém" hoje é "estou comigo e tenho alguém ao meu lado" e, na minha opinião, não deveria ser assim. "Eu tenho um carro, eu tenho uma moto" - ok, são termos de fácil compreensão. Mas, "eu ter alguém" remete a esse funcionalismo e praticismo das coisas que eu não entendo e ao qual não concordo.

Agora, você que concorda ou discorda pode dizer, o que pode-se fazer diante desse abismo de comunicação entre as pessoas. São várias alternativas, uma delas e calar-se e seguir recebendo esse carinho de outras formas, transferindo o amor que você não recebe na intensidade que merece, através de uma atividade que realmente o complemente. O trabalho, muitas vezes é uma delas.

Esse papo rende. Vamos à poesia de hoje...


Abaixe a guarda
Descarregue a arma
Apague a vela
Ligue o velho e bom rádio com as suas músicas românticas
Abra o caminho de rosas para a donzela
Carregue e mergulhe em seus sentimentos
Compreenda seus momentos
Entenda
Seus ciclones, maremotos, suas chuvas, seus ventos
Analise o pretérito
Reflita sobre o presente
Ser donzela não é nenhum demérito
É a raridade de uma semente
É sim como cada pessoa deveria ser
Acolhimento, apoio, parceria
Calor, mãos dadas, companhia
Diálogo, carinho
É um pouco do que uma donzela espera receber
É o resgatar do doce da vida a dois
É o sopro de esperança na resiliência
É o olhar positivo nos momentos que requerem mais paciência
E o plantio e o cultivo do prazer
É não ter no outro, uma fonte de lágrimas sofridas
É a mão dada
Da madrugada ao anoitecer
É o apoio, a luz, o sorriso, a cumplicidade
É o calor, o fogo do desejo, o ardor
Pode ser utopia
Pode ser uma ilusão
Mas algo lá dentro
Diz que isso é possível
Ainda que difícil
Em um mundo tão pragmatista
Egoísta e sem coração.
Em que cada um tem uma missão individual
E os pares são apenas úteis para questões de formalização.

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