Certamente, este momento de pandemia nos traz muito receio do que vamos ver nos próximos capítulos. É uma somatória de medos, angústias, dores individuais guardadas a sete chaves. Diante deste quadro, algumas pessoas (eu) passaram (ou) a tomar doses cavalares de pragmatismo. E nem o argumento clichê de que "nem o peru morreu na véspera" me convence.
É sobre esta necessidade de transporte para um mundo mais eu e menos produto da forma que o mundo me afeta, que escrevi estes versos. Espero que gostem!
Eu confesso
Que queria tanto um remédio
Para este pragmatismo em excesso
Que a "vida me plantou"...
É um tédio
Ter que traçar cada plano
E lidar com os medos mundanos?
Medo de tudo
Medo de adoecer
Morrer
Ficar mudo
Perder a visão
Depressão
Viver sem viver
Andar pela contramão.
Medo de trocar os pés pelas mãos
Ou de sofrer sem poder fazer nada
Viver de mãos atadas
Escravo dos "ses" e dos "senãos"
E da vidinha totalmente regrada.
Porém, existe um lugar
Dentro de mim
Em que nada está no lugar
Dentro dessa bagunça
É que funciona
A minha pequena fábrica do livre pensar
Lá, não existe lógica
Regras ou futuro para planejar
Não existem consequências
Lombadas, nem valetas
Que me impeçam de viajar e sonhar
Lá me organizo e acumulo
impressões e sensações
inesquecíveis e secretas
em uma centena de gavetas.
Não é um mundo sem lei
Mas é livre
Foi assim que o criei.
Quando volto à realidade
Meu despertador
Sempre no mesmo horário
Exige o meu planejamento
Me enclausurando em minha própria rotina
Nas amarras dos melindres
Guiado pelo pragmatismo de cada movimento.
Ainda estou vivo
E ainda posso sonhar.
Meu mundo me aguarda
Lá posso errar, sorrir, amar, sem me preocupar
Nenhum comentário:
Postar um comentário