No meu tempo...

Gente! Faz quase um ano que não escrevo nada aqui! 

Não é por falta de vontade, e sim por falta de tempo. Quanto tempo envolto em trabalho, projetos, pensamentos que acabei inventando outras formas de curar minhas feridas, ou encontrei esconderijos melhores para escondê-las. 

No mais, entre altos e baixos (não necessariamente nessa ordem) estou aqui, com a graça de Deus. Do tanto que venho me judiando (sou réu confesso) realmente preciso agradecer muito mesmo. 

Mas o que me traz aqui. Parece que aqui, paradoxalmente, externo minhas opiniões ao mundo, mas por outro lado ninguém vê. E é exatamente isso, essa questão de maturidade de dizer o que bem entendo sem necessitar de um megafone para que o mundo me ouça, me veja e principalmente me compreenda.

Esse verso de hoje, além de marcar minha volta com os singelos versinhos, coloca um pouco do meu humor, ou do humor que procuro transparecer nos textos que escrevo. E faço isso com toda a leveza, sem me achar os irmãos Galagher na volta ao Oasis. Provavelmente, só alguns xeretos (no bom sentido) algum dia vão dar uma olhada aqui.

Eu falo isso, porque eu mesmo pouco volto aqui, sendo que eu deveria ser o maior interessado em vir e resgatar muito de mim que ficou pelo caminho. E é isso que me traz aqui, rir das minhas opiniões, da minha visão de mundo, me orgulhar da forma que entendi e entendo o amor, entre outras coisas que são minhas, independente de eu não praticá-las mais. Aqui é o registro de uma boa parte da minha vida, ainda que motivado pelo fato de alguém ler isso algum dia. Irônico isso né?

Bem, meu verso Danielano, versão 2024 retrata as visões de um homem próximo dos 50 que é igual em muitas coisas e diferente em tantas outras. Ainda assim, o mesmo Daniel. Vamos lá...


Divã virtual

Tem tantas coisas que me deixam incomodado
E parece que cada mês tem algo novo
E eu juro que tento não ver pelo em ovo
Até mesmo me faço de tolo
Tento até fingir não perceber.
Mas tem coisas que fogem do meu controle
Não tem mais espaço aqui dentro para absorver
Eu aprendi a não personalizar minhas dores
Chega de buscar culpados pelos meus dissabores.
Mas isso não me impede de lamentar
Porque o mundo poderia ser bem mais fácil
De encarar
Se as pessoas tirassem a máscara da perfeição
E começassem a se desculpar, pra começar.
Eu lamento pelas pessoas que machucam
E ainda cobram as vítimas por demorarem a se recuperar.
Que contra argumentam com a culpabilização
Sabem que estão erradas
E ainda assim batem o pé em querer ter razão.
Daí você cede
Você chacoalha a bandeira da paz
Enquanto a enfia no seu coração
É uma ditadura do bem viver
No qual seus verbos são ceder, sofrer, emudecer
Criar um armário para estocar acusação.
Administrar um cemitério desativado
Onde estão enterradas a falta de empatia
O respeito e a consideração.
Algumas pessoas têm lapsos de humanidade
Mas na maioria do tempo
Por trás de máscaras de bondade
São sádicos carniceiros
Que não sabem estender a mão a quem recebe as reverberações de suas tempestades

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