Ontem vi uma interessante matéria sobre uma planta que pode matar o ser humano em vinte minutos.
A matéria pode ser acessada neste link.
Sabe o que eu acho mais interessante?
Diante de toda essa toxicidade da planta, uma coisa é certa, agora estamos cientes de que essa é a natureza dela.
Mas e o que falar de nós humanos? Em que momento da história da humanidade tivemos ou perdemos a noção da nossa própria natureza? Será que está em nosso manual de instruções sermos tão imperfeitos como somos e ainda acharmos que ok, tudo está ok? Será que é normal nos armarmos de venenos, presas e outras armas que alguns animais e plantas possuem? E como, quando e como eles usam esses recursos? Saem jogando por aí, ou usam em caso de extrema necessidade?
Será que esse estilo de vida (vício de tela, necessidade de demonstrar o que não se é nas redes sociais) não está nos levando a um caminho de insensatez em que lustramos e cobrimos de ouro a casca, mas seguimos cada vez mais podres por dentro?
Será que viver não deveria nos bastar? Em que momento, o ser humano se colocou tantas expectativas que não consegue lidar com elas? Em que momento, as pessoas passaram a desenvolver a "virtude" de sair de zero a 100 em milésimos de segundo. Em que momento retrocedemos ao ponto de justificar a agressão do outro para explicar a minha? Em que momento, a intolerância, o bater para não apanhar virou regra. Em que momento deixamos de ser racionais para retornar à primitividade.
Sabe, talvez o erro possa ser meu. Eu sofro tanto com situações assim. Eu aprendi a me impor, mas nem por isso vivo com uma faca no lugar da minha língua para sair destruindo quem me agrida. Talvez eu seja muito infantilizado nessa parte, mas eu, diante dessa ingenuidade assumida, nunca vi discussões, bate-bocas levarem à nada de positivo. Ser habilidoso em bater boca te leva a quê?
Esses dias, escrevi como o mundo está ficando difícil e como eu venho absorvendo isso. Para mim, o momento é de avaliação, pois cada vez essa primitividade está mais perto de mim e em algum momento, alguma situação vai exigir que eu tenha que escolher entre quem sou hoje ou o implacável Daniel das cavernas, que bebe o sangue de quem ousa desafiá-lo.
Por outro lado, eu chego em casa e olho bem no fundo dos olhos dos meus bichinhos, e eu me emociono ao ver tanta inocência e amor naqueles olhinhos e imagino o quanto eles nos ensinam e a gente insiste em não aprender.
Para isso, é claro, tem verso danielano. Vamos a ele e até uma próxima!
O que sobra de vocês
Quando uma briga quebra
a paz?
Quando um quer falar
mais alto que o outro
Não importa de quem
seja a razão ou a vez.
Quando a trocação de
xingamentos
Supera o respeito e
espanta os pensamentos?
Como voltar a fita da
vida?
Como não sentir a dor
da lembrança
Como curar a ferida?
De todo mundo que ali,
ficou atônito
Sem saber o que fazer
Diante de tanta coisa
sofrida
Como sorrir daqui pra
frente?
Como encontrar de novo
o que era da gente?
Onde ficou a nossa
felicidade
Que agora está
escondida?
Como replantá-la
Como regá-la
Diante de tanta palavra
ruim proferida?
Não sei se há jeito
Por mais que se tente
Penso que a gente
Deu um grande passo
para se perder pra sempre
Deixamos de ser um
positivo exponencial
Recebemos as
boas-vindas
De um mundo medíocre
Extremista, juiz de
tudo e de todos, instintivo e irracional.
Curtam a viagem sem
volta
Armem-se de gritos e
ofensas
Banhem-se dessa ira e
usem a falta de humanidade como escolta
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