Verso Danielano Depois de Um longo Tempo

Em meio às palavras
Uma esfinge
Um corpo sem chorar nem sorrir
Uma mente lutando contra a maré
enfrentando justificativas superficiais
Escapismos
Culpas ativas
Em formas de bombas de efeito moral
"Fique onde está. Não seja você!"
Prontas para explodir
O silêncio ensurdece
A vontade e a necessidade de conversar padecem
E antes do pedido de misericórdia
Quem fala opta pelo silêncio
Ao invés de discórdia
Terra batida
Ferida aberta
Vontade vencida
Até mesmo o coração não pode ser ouvido
O sentimento de se abrir com quem se confia
Fica reprimido
Intimidado
Varrido
Por um arsenal de culpas
Julgamentos superficiais
Asteroides contra os dinossauros
e tudo mais
Mais uma vez
Um sentimento dizimado
E ele mais uma vez chega à triste conclusão
Que só tem a si mesmo
Em meio à todas as dores que sofre
Resta guardar suas dores em caixas
Embalar os pacotes
E arrumar toda a confusão
"Viva mas não fale
Fale mas não aprofunde
Viva mas não viva do seu jeito
Guarde suas dores dentro do peito"
O esclarecimento é o que confunde
O mundo gira ao contrário
Para quem prefere jogar todas as dores
dentro do armário
Vida que segue
Cansado de ser pedinte
da atenção alheia
Só lhe resta seu próprio ouvido
E o sangue do auto carinho
que circula em suas veias.
"Fale, desabafe e ouça sozinho"

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