Poesia Danielana De Encomenda

Por um momento
Ouvi um tocar de telefone imaginário
e veio o som da sua voz em minha mente.
Então procurei deseperadamente
por você em toda a casa,
crente,
que estaria ali
mais do que nas lembranças
que não tenho mais no armário.
Numa intuição falha
num calor incendiário,
deixei minha porta entreaberta.
Dando sua presença como certa...
Nada além de uma brisa e da luz do sol
veio me visitar,
enquanto a memória de você
era tudo com que podia contar.
Ainda assim não me contive.
Sai para a rua
procurar por você.
Pelo seu perfume, por um sinal de vida
qualquer coisa sua,
mas só vi carros e pessoas estranhas
apressadas pela avenida.
Ainda havia a noite
reluzente na luz da lua
que também se mostrou numa esperança
porém morta, fria e crua.
O que me define agora é um rio
de águas tranquilas
traiçoeiras
sujas e extremamente frio.
Caminhando para onde o destino leva,
aonde estou mais isolado para ser o mais vazio.
Sacrificado pelas agressões do tempo
pelas sujeiras depositadas a todo momento
e que meu coração não releva.
Um rio acidentado
marcado para o fim,
num local bem distante
e isolado.
Que ninguém pode e nem vai saber.
E quando isso acontecer
nada poderá mais ser feito.
E é assim que as coisas devem ser feitas, do melhor jeito.

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