Poesia Danielana - coletânea

Essa é uma das minhas preferidas, que eu colocaria fácil numa coletânea...

Eu às vezes preciso
remexer na minha casa do pensamento
é assim que me organizo
que arquivo cada momento
limpo a cozinha
lavo o chão
arrumo as cortinas
arrasto o fogão
E de vez em quando
quando me dá tempo
faço uma visita ao porão
frio
escuro
vazio
um lugar sem cor
cercado por um úmido muro
onde tudo o que está arquivado
tem o nome e o selo da dor
de tudo o que machucou e foi enterrado
ali está o lado negro de tudo o que vivi
das flores mortas
às lagrimas que esqueci
das falas tortas
às situações pelas quais morri
das felicidades em vão
até as vezes em que me esparramei pelo chão
choro
desespero
a falta de soro
meu destempero
resultado
da revolta
da felicidade sem volta
dos pés a beira do abismo
e das vezes que na minha escolta
tive nada a não ser esse pessimismo
é um negro denso
que me assusta e me deixa tenso
Um negativismo
petrificado na dor
na cicatriz
no fim do amor
na fraqueza da raiz.
É hora de sair
sons, lembranças e mãos me pedem pra ficar
sou parte deles
e eles não querem me dividir.
Por muitas vezes
imaginei passar aqui minha vida
por não ter o que me iludir
sentir me diluir
em meio a essa enorme ferida
Passam-se os meses
e o porão continua ali
um mundo atrás da porta
um lamento sem fim
uma dor que não corta
um desespero em exclamação
sempre estão a minha espera
na porta do porão.

Dez 26 2004 - Daniel Rogero

3 comentários:

zil disse...

está poesia realmente é maravilhosa, vc é uma pessoa de muita sensíbilidade para postar poesias tão lindas


bjsssssssssssss


zil

maria luisa disse...

DANI VC TEM UMA SENSIBILIDADE PARA ESCREVER POESIAS, MEUS PARABENS FALA SERIO AMIGO , SÃO LINDAS AMO LER SUAS POESIAS .BJSSSSSSS

maria luisa disse...

MEUS PARABENS ESTA POESIA É REALMENTE MARAVILHOSA,FALA SERIO AMIGO, SUA SENSIBILIDADE É ENORME

BJSSSS

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