Na madrugada vazia
Eis-me ali
No pingo d´água
Que incessantemente pela pia
Escorria
Como um tocar de relógio
Querendo me testar
Na auto tricotomia
Eu aguardava
A lâmina molhava
No som estressante do raspar dos pelos
No silêncio que calava
Meus nervos e medos
No momento que a cada segundo mais perto chegava
Na impossibilidade de voltar atrás
De estar cada vez mais perto do fim
Última manhã, último nascer do Sol
Antes de renascer de novo em mim
No silêncio desta última madrugada
O sono não se despediu enfim
Não seu qual será meu destino
Seja para ficar ou partir
Espero que seja por um desígnio divino
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