Primeiramente, uma ótima semana pra gente!
Segue um verso danielano de encomenda que retrata uma confissão de um amigo. Uma situação grave, acredito irreversível, pois como encontrar uma raiz de sentimento num terreno totalmente infértil?
Se você não planta sentimento, numa sinergia sadia, como pode querer que as coisas mudem? Se você justifica tudo no que o seu parceiro ou parceira faz, como quer que as coisas mudem? Em alguns outros casos e, particularmente me identifico muito com quem age assim, você fica sem forças pra mudar. Aí, só mesmo a ajuda direta divina, através de algum acontecimento que toque a vida do casal.
Bem... quem sou eu para falar algo de relacionamentos, sou tão falho, sei tão pouco. Mal descrevo e sinto - me identifico com esses sentimentos das pessoas. Sinto como elas. E é complicado ficar mantendo esses sentimentos dentro do corpo, do pensamento, pois eles são perigosamente desafiadores e em muitos casos tomam comando total da sua vida.
Ainda assim, acho que isso me coloca no lugar, quando sofro sou obrigado a entrar cada vez mais dentro de mim e reanalisar cada entranha, cada estrutura que desenvolvi ao longe desses anos. É como manter um leão no quintal de casa e desafiá-lo a cada dia, deixando- o cada vez mais tempo sem comida e à sua alça de caça. Mas vamos lá ao verso dessa semana, que é triste mas, dependendo do ponto de vista, pode ser o início do fim que pode levar a um novo e belo recomeço ou não.
Eu posso
estar morto
Mas ainda
pode ser pior
Eu posso
viver despercebido
Como uma
alma errante
Comparado a
mim,
tudo parece
ser mais interessante
Até mesmo
não fazer nada
Sem toque,
sem amor.
Sem vontade
nenhuma de tomar qualquer iniciativa.
Sem abraço
constante
Uma falta
total de comunicação
Um iceberg
gigante
Um
desinteressante constante
E eu não sei
como se vive assim
Pois qual o
significado de vida a dois
Se você não
planta no presente amor
Para colher
depois?
Parece que
não percebemos que estamos além do fim
Velando um
sentimento já putrefato
Mas a culpa
tem endereço certo
É sempre um
tiro no alto
E a culpa sempre
recai sobre mim
E o corpo
segue lá, esquecido
Deixado de
lado
Fica acuado,
pois tudo que não se faz tem algo nele começado.
Um motivo
mais que justificado.
“não faço
porque você fez algo antes”
E em meio a
tantos incêndios justificantes
Onde está a
água
Onde estão
os hidrantes?
A que ponto
pode chegar uma relação humana.
Pensava eu
ser o ódio o pior dos sentimentos
Mas descubro
a cada dia na própria pele
Que o
desprezo prático e instintivo é de longe o pior dos meus momentos
O que sobra
de mim?
Há algo
ainda aqui?
Vivendo a
cada dia
Como se
fosse um zumbi
Onde está a
parte de mim que acordava e sorria?
Onde estou
quando me observo escorrer pela pia.
Partes
faltantes de mim
Que algum
dia, algum momento
Alguém vai
peceber
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