Verso Danielano (Das Antigas)

Olá amigos. Seguimos no compasso de espera pelo fim do blog. Estava pensando no que postar e encontrei uma poesia escrita a mão, de 2010.

Ela é bem carregada, por isso talvez nunca tenha publicado no blog. Ela foi baseada em uma história muito próxima a mim e que agora compartilho com vocês. Eu prefiro escrever sobre o amor, mas não posso deixar de ressaltar que poesias tristes (e muitas delas) também fazem parte do meu repertório.

A todos, muito obrigado pelo carinho.




Segue o Verso Danielano:


O peito esvaziava
conforme a artéria o sangue para o alto jorrava
o olho aberto
nada mais percebia
muito menos visualizava
foi tudo tão rápido
não teve como segurar
não teve como dar a freiada
para a batida evitar
e na verdade nem quis
era tudo o que queria
estava infeliz
até que o acaso
colocou em sua mão
o poder de decisão
um acidente casual
em que um pé no freio
poderia ser a salvação
não foi.
Observa as pessoas pedindo
que ele não se entregasse
na tosse ensanguetada
a resposta vermelha e intensa
de que ele já estava indo
na branquidão crescente da machucada face
na dor imensa.
no asfalto
agonizava
enterrava ali
toda uma vida de sonhos
perdida
foi o destino que ele escolheu
assim fechava sua vida
com a pulsação menor cada minuto
ele já percebe a desistência dos médicos
o clima de luto
os olhos quase fechando
a tosse já não incomoda mais
os sons de ambulância e os choros parando
a dor se transforma em paz
Essa foi apenas mais uma forma
do fim anunciado
da espera da situação
em que tudo aconteceria conforme o planejado
um acidente como qualquer um
um fato do imponderável a acontecer
ele morre sem levar a culpa
que na verdade há tempos queria morrer

3 comentários:

Anonymous disse...

me senti nessa poesia, a vida já não tem sentido,e aos poucos vou morrendo, fisicamente posso estar sadia, mas a alma está dilacerada,nada faz sentido mais,o que me faz não perder a direção é saber que tem alguém que precisa de mim,só que não estou dando o meu melhor pra ela, eu não consigo ser boa pra ela e nem pra ninguém, sinto uma raiva tão grande dentro de mim por me permitir ficar e me sentir assim, e ao mesmo tempo que quero desistir de tudo fica uma esperança de que alguém possa me entender e que me ajude a voltar a vida, por que a cada dia que passa me sinto mais vazia, oca por dentro, já não converso com amigos e nem tenho vontade, se pudesse nem sair de casa saia,a solidão é minha companheira,as vezes a vontade de desistir é mais forte que a esperança de que tudo melhore, mas eu tenho esperança...

Eduardo S disse...

Venha para o "Mundo de Marlboro" rs. Isso aqui tá ficando cada vez mais massa!

Eduardo disse...

Essa é daqueles bons tempo hein.... ops

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