Morrendo e aprendendo

Hoje a tarde, enquanto me aprontava para ir a mais um dia de trabalho, acompanhava o programa Sem Censura da TV Brasil, em que um dos entrevistados, integrante do grupo Roupa Nova fez a seguinte afirmação irônica: "Morrendo e aprendendo". Na ocasião, em virtude da idade, ele achou inconveniente dizer "Vivendo e aprendendo" e ironizou gentilmente o ditado.

No programa em questão, eles falavam sobre hábitos alimentares, mas minha intenção é falar sobre outro tipo de hábito, na verdade um vício, porque não é bom. O hábito de falar mal do próximo. Nessa área, não há ser humano que não tenha sido vítima de comentário maldoso, gratuito, covarde e muitas vezes preconceituoso. E em alguns casos, a frase do vocal do Roupa Nova faz muito sentido, é um vício que se cura somente com a morte, pois parece que quanto mais a pessoa se acha confortável em falar mal da vida alheia, mas narcotizada pelo mal fica. A pessoa se sente numa confortável poltrona em uma sala a prova de som em que apenas o ouvido do outro é o objetivo, cabendo o comando ao caráter que é empurrado pela falta de assunto melhor para conversar. Não importa de quem e nem para quem, mesmo porque quem cala e ouve também é tão covarde quanto, e eu estou falando mentira?

Outra coisa, já reparou como esse tipo de pessoa fica estereotipada por isso? Ainda que não seja prudente que fiquemos por aí apontando o dedo para os covardes, com o risco de cairmos no mesmo erro deles, engana-se quem comenta algo de ruim do próximo e ainda imagina que a vítima em questão nunca venha a saber. E na vida de hoje, a autenticidade do erro chega a ser uma burrice, uma marca a ferro quente no lombo de quem fala. Sem contar que, saber o passo do próximo ou o que o falastrão costuma fazer passa a ser uma eventual vantagem no competitivo mercado de trabalho e nas relações pessoais.

Essa peça falha do ser humano surge da necessidade do mesmo em sempre ter um assunto para chamar a atenção, mesmo que esse seja avacalhar o próximo. O problema é que o assunto trancende o comentário distraído e toma direções incontroláveis em que nada pode impedir, como uma explosão de supernova, em que nada que fique na frente saia imune.

Para as vítimas...

Pense nessas pessoas como uma oportunidade de Deus para você analisar o que você não quer para si mesmo e se policie, pois os covardes existem em diferentes graus, sendo os piores aqueles que não tem noção para observar o quão ridículos são e ainda se acham na nata, como se isso balizasse, lhes desse poder para tecer algum comentário pejorativo. Na verdade, toda a atitude revoltosa, maldosa, tem um fundo de algo que faltou a essas pessoas. Em alguns casos, carinho, Deus e em outros pura e simplesmente educação e noção do que é ser Homem na concepção da palavra.

Como esse é um mal que é parte do complexo ser que é o humano, a cultura de que isso nada mais é do que perda de tempo é o melhor remédio. Simpesmente ignore, sorria com o ar de quem não perdeu tempo falando e não perderá se lamentando. Agradeça em pensamento a lembrança, levante a cabeça, vacine-se contra isso e pense nisso como combustível para talvez você resgatar aquele ânimo que se perdera na mesmice e na rotina da vida atual. Conviva com isso sem que isso possa lhe fazer mal. Sei que é decepcionante você saber que pessoas falam mais de você e outras se calam, portanto consentem, mas como disse, há covardes de todo o tipo nesse mundo, não seja um deles e não se acovarde diante de uma situação dessas.

Um ótimo dia e força Cruzeiroooooooo rsrsr