E assim quiseram os Deuses do futebol

Um estádio lotado. Uma torcida ansiosa por um título. A cidade no clima de decisão. O time da casa com a vantagem do empate. Tudo isso fazia parte do espetáculo de XV De Piracicaba e Atlético de Sorocaba que aconteceu no Barão da Serra Negra, estádio que, há muito tempo não tinha tamanha presença de público - estimou-se em 19 mil pessoas o público total presente.
No início do jogo o susto logo de cara com o gol do time visitante. Perto do final do primeiro tempo o alívio, com o gol de empate. Termina o primeiro tempo. O XV amplia numa cobrança de pênalti, mas eis que os Deuses do futebol tornam possível o improvável. O time de Sorocaba empata a partida e, aos 48 minutos do segundo tempo, no crepúsculo do jogo, como diria o saudoso Fiori Gigliotti, faz o terceiro gol seguido do apito do juiz. E nesse momento os torcedores, 19 mil deles, produzem espontaneamente o silêncio mais sombrio no mundo do futebol, o silêncio das multidões. De repente a festa da minoria toma conta do estádio, a comemoração dos jogadores e da torcida visitante é que surgem em meio a narração em baixo tom dos locutores das rádios locais. O resultado tira do XV, pelo menos provisoriamente, o sonho de disputar a Copa do Brasil.

A Segunda-feira, dia de volta ao trabalho, será difícil para o piracicabano e, mesmo para mim, que aprendi a gostar dessa cidade e desse time, não é fácil. Estamos tendo a literal sensação do chamado "diagnóstico da cabeça inchada". Eis que os Deuses do futebol quiseram assim. Por essa imprevisibilidade que, em questão de um minuto pode nos trazer a felicidade plena ou a tristeza profunda é que o esporte é emocionante, fascina, intriga, apaixona. Torcemos por nossos times, nossos atletas, pilotos, jogadores, mesmo com o preço caro da derrota. Jogamos com nossas esperanças, preenchendo nossos vazios, buscando vencer, confiando que nossa torcida faça a diferença. São dedos cruzados, orações, tudo tendo na paixão pelo esporte a raiz de tudo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário