Sobre Dois Em Um Ou Dois Para Um

Sexismo é termo que se refere ao conjunto de ações e ideias que privilegiam determinado gênero ou orientação sexual em detrimento de outro gênero (ou orientação sexual). 

Embora seja constantemente usado como sinônimo de machismo é na verdade um hiperônimo deste, já que é possível identificar diversas posturas e ideias sexistas (muitas delas bastante disseminadas) que privilegiam um gênero em detrimento a outro.

Acredito que sexismo seja hoje mais um termo dificultador na infindável guerra dos sexos. É da tendência dos dias de hoje que cada sexo busque fazer valer as suas necessidades, vontades. Em muitas vezes, o simples acusar alguém de ser sexista já fotografa uma clara intenção de intimidação do sexo oposto. Paradoxalmente, num mundo cada vez mais aberto a relações homossexuais, o termo sexismo fica perdido na sua própria definição. Acho melhor denominar como o sexo alfa de cada relacionamento. Mas por que tem que ser assim?

Seria utópico os casais pensarem apenas em seguir uma trilha juntos, complementando-se e aceitando-se ao invés de querer impor suas vontades (mesmo que seja a vontade não fazer nada)? 

Concordo que é preciso serenidade para os lados reconhecerem seu erros mas, mesmo quando esse reconhecimento acontece, não há um retorno da outra parte que incentive essa atitude nobre de auto análise. E aí, vamos a mais um sinal pleno da ignorância letal dos casais de hoje. Qualquer coisa, até mesmo o fim do relacionamento, é melhor do que se colocar o dedo na ferida do que realmente afeta a vida de um casal.

Percebo falta das pessoas de querer fazer um algo mais ao outro, de fazer e falar algo diferente. E nesses casos sempre é tarde demais quando " a ficha cai". Romantismo às avessas, que pena.

Se você tem dificuldade de falar, tente pelo menos fazer. E se não sabe nem ao menos fazer, só lhe resta a serenidade de admitir sua incapacidade, um sinal clarividente de que você não tem a mínima preparação para ter um relacionamento. Desculpe a sinceridade, mas ter um relacionamento implica em direitos e também deveres. Acordem pro mundo real.

Muitas pessoas imaginam que o relacionamento é algo do gênero: "comprou, não devolveu, não tem do que reclamar". E para onde as pessoas imaginam que um relacionamento assim vai parar? E a evolução, tão falada em qualquer projeto de vida? Outro atestado de desconhecimento do que seja um relacionamento de fato - a velha mania de "empurrar tudo para debaixo do tapete". Será que você que me lê agora não faz isso consciente ou inconscientemente?

Será que seu par não vem lhe falando as mesmas coisas há tempos e você por ignorância, burrice e até mesmo teimosia não vem achando que tudo vai se resolver mesmo sem você fazer nada? Ou pensa que está tão certo (a) de tudo, que não é passível de erros e portanto, análises destes?

Ou será que esse simples "dar de ombros" para o clamor de quem está ao seu lado já talvez seja claro sinal de fim de um relacionamento, antes mesmo de uma partes falar que não quer mais a outra?

Essa questão psicológica vira uma guerra fria. Uma das partes mostra o seu descontentamento e a outra, se preocupa cada vez menos em mostrar que percebe isso. Por exemplo: é sexismo o marido pedir que a esposa faça comida, mas não é sexismo a esposa deixar para que o marido sempre gaste seu dinheiro comprando comida - já que não tem em casa? Assim como o marido, por prover o dinheiro que mantém a casa, tomar o poder e comandar a casa como de seu governo único, opressor e totalitário. Cadê a complementação, a parceria neste neste caso? Essa evolução definitivamente não é de meu agrado. Me pergunto o que as pessoas têm como ideia de relacionamento. O prazer de servir e ser servido? Vejo casos de homens (antes incomuns aos sentimentos) que reclamam dialogar nos relacionamentos e do outro lado, mulheres (antes sentimentais) frias, calculistas e insensíveis. 

Ainda bem que existe um equilíbrio de tudo na terra. No caso do exemplo anterior, a mulher sempre há de encontrar alguém que a fará sair desse iglu sentimental e ir para uma lava incandescente. Ao ser esquecida lá dentro, embora o calor ainda preencha o coração, pela própria razão do equilíbrio a pessoa sempre vai ajustar sua sintonia fina. Algum dia ela vai ver que o ícone que ela tanto amou ou ama não era nada perto de quem ela acabara de perder. E que, se pudesse, faria tudo numa intensidade muito maior. Mas não pode. 

Ao lado quem prima pela conversa, pareceria também um aprendizado. De ser menos dependente e mais clínico em suas observações para não cair no mesmo erro novamente. A dor sempre tem algo a ensinar. Não era para ser assim, não precisava chegar a tudo isso, mas é assim que as pessoas precisam viver. É preciso ter a clara noção de perda para se dar valor. É no momento em que não há mais cobranças, mesmo porque não há mais nada, nem mesmo a lembrança do que fora um relacionamento. Talvez seja a hora de ajustar o foco para alguém mais do seu jeito, que provavelmente fará um ou outro bem mais feliz.

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