Verso Danielano da Sexta-Feira

Olá queridos e queridas. O bom de ter um blog é que só fica nele quem está extremamente interessado em lê-lo. Por exemplo, se eu falo algo para alguém e a pessoa finge ou nem sequer faz questão disso, significa que é hora de ter um blog.
Talvez por isso tenha um blog há tantos anos, talvez eu tenha uma expectativa exacerbada de que a pessoa vá achar o máximo aquele assunto, como eu acho. Mas na verdade, em muitos dos casos o mínimo que espero é um mínimo (e essa duplicação é intencional e não erro gramatical) de atenção. A vida é muito dura em alguns momentos. Pouco tempo me sobra para ser eu. Com o tempo, estou aprendendo que devo ser eu apenas comigo. Talvez o meu eu assuste, afaste as pessoas. Eu não me assusto comigo, então vou me ouvir, me escrever, etc...

Ninguém sabe de nada
Do que só eu sei sofrer
Ninguém me vê escondido
Afogando num choro incontido
Num carro e num coração perdido
São 40 e poucos quilômetros para eu me ser
Depois há toda uma falsidade
que preciso desenvolver
Ninguém ouve meus gritos
O quanto imploro
Pra me teletransportar
para qualquer outro lugar
em que eu possa morrer
sem que isso fosse pecado
sem que eu parecesse mal agradecido
desnaturado
Como se só eu basfemasse
Como se só minha emoção sangrasse
Como se só a minha pessoa
Se indginasse
Dentro do carro
Naquele pequeno metro quadrado
Sou eu mesmo
Falo o que quiser
não preciso deixar tudo entalado
Posso ser ruim
Sádico, cruel, sanguinário
Falso moralista, bucólico
Posso dar vazão ao meu lado diabólico
E também posso ser outro eu
Aquele eu que não precisa estar sorrindo o tempo todo
Aquele que está feliz mesmo que venha a derrapar no lodo
Que busca ser feliz sendo si mesmo, e num todo.
Deixem-me com minhas estações
Minhas amazônias, meus oceanos e meus vulcões.
Minhas galáxias, meus medos, ódios e suas mega explosões
Eu também exijo meu direito de falar
Sem me preocupar em me arrepender
É meu jeito de aqui estar
É meu jeito de viver

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