Ontem, quem ligou a tevê ou ouviu o rádio pôde verificar diversas manifestações em todo o país. Busquei em todos os meios de comunicação qual o motivo real da manifestação.
Baderna, violência, preço da tarifa de ônibus, movimento político, gastos com a Copa do Mundo, etc.
E você, que se acha no direito de reclamar, me diga: O que você faz pelo seu estimado país, sua pátria para ele realmente ser melhor? Pergunto isso porque esse é o assunto do momento. As manifestações populares, são a legítima manifestação do povo brasileiro, já diz o batidíssimo clichê. Nesse caso de ontem, percebo analisando as postagens inflamadas no Facebook que talvez isso tenha sido, em parte, turbinado por pessoas em escritórios fechados e com ar condicionado. Porque nas redes sociais todo mundo se sente de cara para um microfone sem olhar na cara de ninguém. E foram milhares de postagens de protesto. As pessoas se inflamam por questões que eles nem sequer se engajam, ou mesmo nem estão envolvidos. É irônico ver um "mauricinho" de escritório se sentir no direito de protestar contra o aumento da tarifa de ônibus. Ou um brasileiro que nem sabe em quem votou nas últimas eleições reclamar dos políticos. Onde que a manifestação é mais legítima que o fato? Se você vai se casar, analisa antes o par ou deixa para reclamar quando já está casada?
E isso é típico do brasileiro mesmo, tudo deixado pra "depois" da hora. Me desculpem a franqueza, mas o brasileiro é tão idiota em alguns momentos que embarca sem saber e as coisas que ele deveria ter ciência da importância ele não faz a mínima questão de se engajar. Sem contar que a adesão popular desse movimento tão exaltado pelos sociólogos é pequena perto de grandes movimentos populares de verdade. Menos de um terço do Movimentos Diretas já, esse sim que pressionou o Governo a sair da sua zona de conforto.
Como lidar com tantas incoerências deste país? Um país que tem uma presidente com mais de aprovação fomenta manifestações. Ainda assim, que fique claro minha concordância com esse direito do brasileiro. E admito que até estaria engajado nesse movimento não fosse a relação com a arruaça que ele tomou em alguns pontos do país. Destruição de lâmpadas, pichações num prédio histórico do Rio de Janeiro, água sendo jogada na cara dos policiais. Não posso apoiar isso.
Seria mais útil o brasileiro ter um momento de reflexão para renovar este congresso. Hoje qualquer criança consegue acessar o desempenho dos políticos através de ongs como o Transparência Brasil. Mas é mais fácil votar em jogadores de futebol aposentados, apresentadores de TV e humoristas. Se são eles os únicos culpados, certamente que não. Mas como num casamento citado acima, não basta apenas casar e fechar os olhos para o que está errado. É preciso agir na vigilância, na cobrança, na estruturada mobilização popular e não nessa arruaça, quebrando e destruindo tudo.
Enfim, outro clichê diz que cada país tem o povo que merece. E o Brasil desde as Diretas, se perdeu no sentido de exaltar seu patriotismo e a intenção de mudanças por dias melhores. Sobre a questão política do movimento, um partido que permite índices avassaladores e assustadores na escalada da violência também não tem direito a nada, nem mesmo de ser taxado de direita, nem mesmo de partido. E o outro lado ainda se sustenta basicamente da credibilidade de um programa social e da maré crescente da economia. A questão é que agora está miando o capital externo que por quase uma década sustentou nossos deslizes. Agora, com a melhora da economia americana obviamente os investidores direcionam seus papéis para organizações mais confiáveis e que realmente sabem lidar com dinheiro, afinal mostraram isso por séculos.
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