Poesia Danielana

As vezes o lixo
pode te mostrar toda a riqueza do mundo
As vezes a dor
Pode mostrar toda a sua inocência
De como você pode ser idiota lá no fundo
Enxergando todas as suas deficiências
Essas coisas servem para se enxergar
E é bom se sentir assim
passarinho sem ninho
enquanto cantam no ninho vizinho
é tudo uma questão de se enxergar
saber o seu devido lugar
se recolher
analisar
recolher os pedaços
secar o sangue
e limpar os pratos
onde todos sem excessão
se serviram da minha prontidão
do meu carinho
e da minha atenção

Poesia Danielana

Não adianta
A palavra espanta
Independente de quem venha
vem
rasga
decifra a senha
e destrói
Semeia as feridas
Corrói
Queima a lenha
explode as jazidas
As palavras também
independente de onde venham
dão um chacoalhão
mostram a consideração
o quanto somos "queridos"
desde que façamos
tudo conforme manda a maioria da nação
do bando de idiotas
e de fofoqueiros
donos de ilhotas
com todos os doentes e suas patotas
hábeis na mentira
e donos da minha desilusão
Tudo que eu tenho para vocês
é isso
De mim agora a vocês
só o sumiço
E não é nem um pouco difícil
dizer que não os coloco
nem mesmo na minha lista
de recordação
Deixo a vocês o ódio
Ópio
que alimenta a sua falta de educação
engula o próprio sangue
que infecciona
em seu próprio coração
Posso dizer que não confio em ninguém mais
E essa atitude
me deixa cada vez mais distante
E que a minha grande virtude
Foi nunca ter sido uma cópia gigante
do monstro aterrorizante
que cada um de você recebeu em troca da paz